segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

As câmaras e a miopia da SDS

Aparentemente, a instalação de câmeras proporcionará maior eficiência para o sistema de segurança publica de Pernambuco. Contudo, duas observações são pertinentes. Não adianta a presença de câmeras caso o numero de policiais à disposição para atender as chamadas não seja aumentado. Segundo, os locais em que as câmeras serão instaladas devem levar em consideração a freqüência de atos delituosos.
Espero que diante da filmagem de um ato delituoso, a Polícia Militar tenha a rapidez de chegar ao local a tempo de prender os delinqüentes. Ou que a Polícia Civil esteja apta para procurá-los e prendê-los. Se isto não ocorrer, não adianta instalar as câmeras.
Compreendo que seja útil instalar as câmeras em entradas de comunidades pobres, como, por exemplo, Santo Amaro. Deste modo, as câmeras contribuirão para monitorar a entrada de armas e drogas no local. Por conseqüência, estratégias de policiamentos serão mais bem definidas.
As câmeras podem contribuir para a redução da freqüência de homicídios? Nos sinais sim, no caso, o latrocínio será afetado. Caso as câmeras sejam colocadas em áreas de intenso tráfico, uma cadeia de acontecimentos será criada, e, neste caso, o enfraquecimento do comercio de drogas poderá, a médio e logo prazos, interferir na redução dos homicídios.
A redução dos homicídios deve ser a prioridade da secretaria de Defesa Social. Espera-se, inclusive, que a meta de 12% seja alcançada. Novamente, alerto a SDS: não existe nenhuma política especifica para o enfrentamento do alto numero de homicídios em Pernambuco. Alem disto, infelizmente, a SDS não consegue analisar corretamente as variações na freqüência do homicídio.
No carnaval de 2005, ocorreram 2 mortes em focos de animação; em 2006, foram três mortes; no ano de 2007, uma; e este ano, também uma. As câmeras foram instaladas, basicamente, nos focos de folia. O reforço do policiamento ocorreu, prioritariamente, também, nos focos de folia. O período de 2005 a 2006 revela que os homicídios, no período momesco, não se concentram nos focos de folia. Portanto, conclui-se: não foram as câmeras nem o reforço do policiamento que possibilitou a redução dos homicídios em Pernambuco no período de carnaval.
Mas o que possibilitou a redução? Não sei! Não consigo enxergar, mas não sou míope.
Novamente, solicito a SDS que divulgue as áreas com maior concentração de homicídios na Região Metropolitana do Recife. Com base nisto, fiará claro que Pernambuco precisa de uma política de segurança para possibilitar a redução dos homicídios. É importante, também, que sejam monitorados, por meio da avaliação de inquéritos policiais e denuncias do Ministério Publico, quais as possíveis causas que motivam os homicídios no estado.
Infelizmente, descobri, após o carnaval, que falta a SDS tranqüilidade na analise dos dados de homicídios. Além disto, alguém precisa dizer ao secretário de Defesa Social o que os dados de homicídios representam e revelam. Caso isto não seja feito, e outras ações, infelizmente, o homicídio em Pernambuco não será reduzido.



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