sexta-feira, 21 de março de 2008

Miséria, privilégios e Páscoa

Aproveitarei o feriado. Sendo assim, descansarei. Domingo, final da tarde, volto a comentar, inclusive, a enquete postada ao lado. Desejo a todos Feliz Páscoa!
Contudo, infelizmente, não posso desejar isto a todos. Para alguns, os miseráveis, tenho vergonha, medo e receio de desejar alguma coisa, pois a miséria me incomoda profundamente. E eles, suponho, estão com raiva. E com razão.
Não gosto da miséria. Gosto da justiça. Gosto da criança na escola. Gosto dos que não me pedem nada, pois tiveram oportunidades e acreditam em uma sociedade meritocrática, sem privilégios. Quando o Brasil não terá mais miseráveis? Quando o Brasil findará os privilégios?

Não suporto olhar para uma criança com fome, pedindo esmola no sinal. Quando olho, imediatamente culpo alguém, ou melhor, culpo a sociedade. No caso, os privilegiados. Quem são estes?
São os funcionários públicos que pedem aumento, apesar de ganhar o dobro da média dos que possuem cargos qualificados na iniciativa privada. Eles sabem que ao solicitarem aumento, o orçamento do Estado passa a ficar mais limitado. Por conseqüência, não sobram recursos para os pobres.
Culpo os Poderes Legislativo e Judiciário. Por que estes Poderes não economizam em seus gastos? Qual a razão dos altos salários? Novamente: o orçamento público é único. Ele deve ser distribuído para todos e não para alguns.

Culpo as Universidades Públicas. Por que alunos das classes média e alta, os quais fizeram cursinho e estudaram em escolas privadas, estudam de graça? Sinceramente, não sei! Este é mais um defeito da nossas instituições que oferecem bens públicos. O ensino básico precisa ser universal, com qualidade. Assim como as escolas técnicas. Quem deseja ter curso superior, precisa pagar por ele. Os que não podem fazer isto, os pobres, devem recém bolsa do governo.

Estes, talvez, sejam alguns dos culpados. Existem outros, certamente! O Estado brasileiro precisa romper com os privilégios. As instituições precisam priorizar os pobres ao oferecer bens públicos. Não basta o Bolsa Família. As pessoas precisam estudar, estudar. Precisam adquirir condições para aumentar o número de pessoas que irão buscar privilégios. Como estes, por consequência, se tornarão escassos, findarão. Então, teremos uma sociedade menos desigual socialmente.

Boa Páscoa para todos.

Nenhum comentário: