segunda-feira, 5 de maio de 2008

Você conhece alguém que foi assassinado?



O INSTITUTO MAURÍCIO DE NASSAU realizou pesquisa com o objetivo principal de verificar o porcentual de pessoas vítimas de delitos e como estas lidam institucionalmente com eles – prestam queixa ou não a Polícia.

Contudo, verificou-se, já que o Recife está entre as cidades com alta freqüência de homicídios entre as capitais dos estados brasileiros, qual era o porcentual de pessoas que conhecia alguém que já fora assassinado, e, por conseqüência, qual o motivo do assassinato.

Você conhece alguém que foi assassinado em Pernambuco? Responderam que sim, 64,2% dos entrevistados. Estes homicídios ocorreram, de acordo com 60,7% dos pesquisados, nos dois últimos anos. Destacamos, porém, que 33,9% dos pesquisados afirmaram conhecer alguém assassinado nos últimos 3 meses em Pernambuco.

As vítimas de homicídios são, para 82,2%, conhecido/amigo/colega do entrevistado. Mas, para 7,7% dos pesquisados, primos seus já foram assassinados. Assim como sobrinhos (4,0%) e irmãos (1,6%).

Os assassinos eram conhecidos das vítimas? Não souberam informar, 40,4% dos pesquisados. Porém, 34,5% afirmaram que os assassinos eram conhecidos da vítima. Neste caso, constatamos a presença do crime de proximidade, pois o algoz está, teoricamente, próximo/convivendo com a futura vítima. E isto é verdade, pois 29,7% dos pesquisados afirmaram que o assassino era amigo ou conhecido da vítima. Para 1,3% o assassino era namorado/companheiro.

A impunidade deve ser considerada variável causal para o aumento ou a estabilidade dos índices de homicídios. De acordo com 82,5% dos entrevistados, a Polícia não prendeu o assassino. Com isto, por qual motivo o indivíduo deixará de cometer um homicídio? Os custos do ato são menores do que o benefício. Isto é: é diminuta a probabilidade do criminoso ser preso.

A pesquisa revela que conflitos em bar provocam homicídios. Neste caso, o consumo de álcool cria condições para tais. A presença da Lei Seca pode ser variável que contribua para a redução da freqüência de homicídios? Certamente. Contudo, apenas 2,4% dos entrevistados apontaram brigas em bar como causa do homicídio. Então, levando em consideração todas as causas, a Lei Seca contribuiria fracamente para a redução do índice de homicídios.

O tráfico de drogas aparece como o segundo principal motivo do homicídio. Para 23,4% dos pesquisados, os assassinatos das vítimas que elas conheceram, ocorreram por conta do comércio de drogas. O traficante procura espaço comercial para conquistar mais mercado consumidor. Não conseguindo, o conflito com outro traficante surge. Com isto, homicídios ocorrem. O consumidor deve ao traficante. A dívida é cobrada. O consumidor não paga. Então, o devedor é assassinado.

Latrocínio é o terceiro motivo do homicídio para 10,6% dos entrevistados. Como já mostrado, assaltos à residência e em vias públicas aparecem com alta incidência entre os entrevistados.
A impunidade deve ser considerada variável causal para o aumento ou a estabilidade dos índices de homicídios. De acordo com 82,5% dos entrevistados, a Polícia não prendeu o assassino. Com isto, por qual motivo o indivíduo deixará de cometer um homicídio? Os custos do ato são menores do que o benefício.

Estes são alguns dados da pesquisa. O todo dos dados contribui, certamente, para a construção de políticas públicas na área de segurança.

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